É na verdade uma insignificância geográfica a pouco mais de 1100 quilómetros de Tóquio. Uma minúscula ilha a sul da capital japonesa que, mais não é do que uma massa vulcânica que, contudo, bloqueou a marcha dos Aliados em direção ao Japão.
Os americanos precisavam de Iwo Jima como base aérea, mas os japoneses tinham-se entrincheirado numa posição de elevado valor estratégico. A 19 de fevereiro de 1945, as tropas do exército norte-americano desembarcaram, iniciando um mês de combates que deixaram sem vida cerca de 6800 soldados americanos e 21000 japoneses. No quinto dia de batalha, a 23 de fevereiro de 1945, os marines capturaram o Monte Suribachi, um vulcão adormecido com 155 metros de altitude que constitui o ponto mais alto da ilha de Iwo Jima. Rapidamente, uma bandeira dos E.U.A. foi levantada, mas um comandante pediu uma maior, em parte para inspirar seus homens, em parte para desmoralizar o inimigo.

O fotógrafo da Associated Press, Joe Rosenthal, carregou então a sua volumosa Speed Graphic até ao topo e, quando cinco fuzileiros navais e um oficial da Marinha se preparavam para elevar a Stars and Stripes, Rosenthal recuou para obter uma imagem melhor e… quase falhou o disparo. “O céu estava nublado“, recordou e escreveu Rosenthal mais tarde sobre aquela que se tornou uma das imagens mais reconhecidas da Segunda Guerra Mundial.
Apenas dois dias depois, a fotografia de Joe Rosenthal foi publicada nas primeiras páginas de inúmeras publicações nos E.UA. e rapidamente foi adoptada como um símbolo de força e unidade. Foi também esta a imagem que rendeu a Rosenthal um Prémio Pulitzer e que acabou por se tornar num símbolo tão importante, que chegou a ser transformada em selo postal e “eternizada” num memorial de bronze de 100 toneladas.

Também a título de curiosidade, mas sobretudo de respeito, os nomes dos homens que levantaram a bandeira em Iwo Jima foram (os 4 da frente, da esquerda para a direita) Ira Hayes, Franklin Sousley, Harold Schultz e Harlon Block. Os dois atrás são Michael Strank (atrás de Sousley) e Rene Gagnon (atrás de Schultz). Strank, Block e Sousley morreriam pouco tempo depois.

Ao longos dos últimos 10 anos dediquei praticamente todos os momentos livres à fotografia que, por imposição de valores mais altos, não possuo como educação formal. Químico por (de)formação, tento partilhar um pouco mais desta paixão aceitando o convite de escrever uns rabiscos aqui no EFE.