Albertina Martínez Burgos, fotojornalista de 38 anos que se encontrava a fazer a cobertura dos protestos populares no Chile, foi encontrada morta em circunstâncias “estranhas” no seu apartamento localizado no centro de Santiago. Todo o equipamento da fotógrafa, desde as câmeras aos discos rígidos, foi dado como desaparecido, acredita-se que por furto executado pela mesmas pessoas que Burgos tinha vindo a expor através do seu trabalho enquanto fotógrafa.
Albertina Martinez Burgos foi uma das fotógrafas em acção nas ruas do Chile que ajudou a divulgar a brutalidade e abuso de força patentes em acções dos Carabineros de Chile, polícia encarregue da defesa civil no país. Documentou, por exemplo, a violência contra mulheres jornalistas e comunicadoras.
Sabe-se também que foram os próprios Carabineros que tomaram conta da ocorrência e que recolheram as imagens de segurança do sistema de vigilância do prédio onde vivia Albertina Burgos. A investigação fica assim entregue aos próprios Carabineros, numa espécie de juíz(o) em causa própria que pouco sentido faz para a maioria de nós. Os casos de abuso de poder e de força associados aos Carabineros são já tão recorrentes e tão evidentes, que a tese de que poderão ser os responsáveis pela morte da fotojornalista, se alimenta sem grande necessidade de exercício intelectual.

Ao longos dos últimos 10 anos dediquei praticamente todos os momentos livres à fotografia que, por imposição de valores mais altos, não possuo como educação formal. Químico por (de)formação, tento partilhar um pouco mais desta paixão aceitando o convite de escrever uns rabiscos aqui no EFE.